Trabalhadores da limpeza pública de Teresina realizam paralisação por falta de pagamento de insalubridade
04/11/2024
A paralisação foi um “alerta” para a empresa e para os órgãos responsáveis, segundo o sindicato. Procurada, a Semduh afirmou que não há pendências salariais para esses servidores e que essa categoria não se enquadra nas condições para o recebimento do adicional de insalubridade. Servidores de limpeza em Teresina
Sthefany Prado / g1
Na manhã desta segunda-feira (4), cerca de 1.800 trabalhadores da limpeza pública de Teresina paralisaram suas atividades, em uma mobilização que teve início às 5h30. Os profissionais, que atuam na capina, varrição e coleta de lixo domiciliar, reivindicam o pagamento do adicional de insalubridade.
Os trabalhadores destacam que o benefício representa um acréscimo de R$ 300 a R$ 350 no salário, sendo que a maioria recebe cerca de um salário mínimo, segundo o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Piauí (Seeacep).
Procurada, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh), afirmou que "não há pendências salariais para esses servidores e que, no entendimento atual, essa categoria não se enquadra nas condições para o recebimento do adicional de insalubridade". Veja a nota completa ao fim da reportagem.
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A paralisação, que durou cerca de quatro horas, busca chamar a atenção da empresa Aurora Recicle, contratada emergencialmente para prestar serviços de limpeza urbana na capital desde agosto.
De acordo com Jonatas Miranda, presidente do sindicato dos trabalhadores, a empresa não realiza o pagamento da insalubridade para os profissionais desde o início do contrato.
"A nova empresa iniciou em agosto e, desde então, não pagou sequer um mês de insalubridade para esses trabalhadores que atuam na capina, varrição, área verde e limpeza de bueiros. A coleta de lixo domiciliar está sendo paga, mas essa outra categoria, para a qual temos laudos que comprovam ser uma atividade insalubre, pela primeira vez na história enfrenta uma empresa que se recusa a pagar a insalubridade desses colaboradores", disse Jonatas.
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Ainda de acordo com o representante do sindicato, além do calor intenso e exposição ao sol que esses trabalhadores precisam enfrentar, a insalubridade está também na questão da exposição ao esgoto, contato com o lixo, contato com lama e animais mortos.
Coleta domiciliar
Jonatas Miranda relatou que a coleta de lixo domiciliar está operando com menos trabalhadores do que o ideal, sobrecarregando os coletores e gerando jornadas de trabalho excessivas. “Em vez de três coletores por rota, a empresa tem disponibilizado apenas dois. E aí, está tendo muito excesso de jornada e cobrança para poder dar conta do recolhimento do lixo na cidade”, explicou.
A paralisação de hoje foi um “alerta” para a empresa e para os órgãos responsáveis, segundo o sindicato.
O que diz a Semduh
Nota de Esclarecimento
A Prefeitura de Teresina, através da SEMDUH, informa que nesta manhã ocorreu uma breve paralisação dos trabalhadores que realizam os serviços de capina na cidade, como forma de reivindicação por adicional de insalubridade.
Esclarecemos que não há pendências salariais para esses servidores e que, no entendimento atual, essa categoria não se enquadra nas condições para o recebimento do adicional de insalubridade.
A paralisação foi rapidamente encerrada, e o serviço de capina já foi retomado em sua totalidade, garantindo a continuidade dos serviços de limpeza pública em Teresina.
Agradecemos à população pela compreensão e reafirmamos nosso compromisso com a manutenção dos serviços essenciais e a valorização dos trabalhadores.
Estagiária sob supervisão de Maria Romero.
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